De volta à vida

Foi no calor do teu abraço
que, de repente, encontrei
o afago de um laço aconchegante.
Agora, nada mais era como antes.

Naquela noite nos permitimos
um enlace sem entraves, medos nem passado.
Só o que queríamos é o carinho daquele ninho.
Sem pressa, nossos corpos logo se encaixaram.

Em mim, pude sentir um sopro quente de vida,
que corria em todas as direções, me mostrando novas dimensões.
Suspiros, sussurros, pedidos, gemidos.
Pude ser quem queria na minha ou na tua fantasia.

Em você, um olhar lascivo, de fêmea que sabe exatamente
onde quer chegar, como fazer e o que falar.
Um simples toque e logo meu corpo entorpece,
e você rapidamente solta: “vai para onde?”

As reações são diversas, e nenhuma vem acompanhada de promessas.
Tudo leve, sem cobrança, nem pressa.
Estamos ali e nada mais interessa.
Guardadas em nossos desejos, apenas o baile importa.

Não usamos compasso, régua ou bússola.
Instintivamente fomos levadas pelo ritmo do desejo.
Senti escorrer o teu Tejo e você se banhou no meu Sena.
Em momento algum usamos máscaras ou fizemos cena.

Estou grata por você ter assim surgido.
Veio de onde não esperava, e já nem sei se demorava.
Mas chegou se fazendo presença, mostrando a sua essência
e despertando um forte desejo mesmo na sua ausência.

Pude sentir novamente a vida pulsar,
meu corpo arder, minha alma gritar.
Tanta força que não cabe em mim.
Quero ser tua de novo. Apenas me diga que sim!









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