Naquela noite cheguei de surpresa
Na janela debruçada
estava
Papeando ao léu
Talvez pedindo
a Deus do céu
Que tirasse do
coração o que a amargava
Tentou
disfarçar a alegria com a minha chegada
Mas ainda
sentia que naquele peito fazia morada
Descartei minha
decência e sem clemência
Me pus sua
mulher em total inocência
De todos os momentos
que tivemos, aquela noite foi o pior pesadelo
Não havia mais
busca, toques insanos, não dançamos sob os panos
Seu corpo
rapidamente se aliviou
E sequer
saudade para matar procurou
Rispidamente foi
ao chão
Nada ofegante
restou
Levantou-se e
cobriu-se junto ao pequeno
Que com os
anjos dormia
Na manhã seguinte,
mal me encarou nos olhos
Foi-se à escada
e, ali sentada, constantemente repetia:
“Não sou mais a
mesma com você”
Finalmente morria o último suspiro de esperança
De reatar
aquela aliança
Entrei no carro
e não olhei para trás, em definitivo
Nada me faria
voltar àquele ninho
Onde tantas
noites me deitei em espinhos
Tentando curar
meu amor que sangrava em desalinho
Mais um momento
marcante
Vendo morrer as
amantes
Que já não ardem
como antes
E, como
no inferno de Dante,
A última
despedida desfaleceu.
Que intenso. Que tocante!😻
ResponderExcluirUau... Uma das melhores!
ResponderExcluirArrasou gata
ResponderExcluirDespedidas nunca foram fáceis, sentia lá no fundo que existia muito amor que foi adormecido pela mágoa das palavras mal ditas. O cheiro do cabelo dela era tipo droga que me entorpecia de tesão e de querer... Tipo montanha russa, me prendia naquelas loucuras, o frio na barriga de quando a montanha russo começa a pegar uma distância do chão considerável, era assim que me sentia ouvindo aquela respiração ofegante, aquele corpo pegando fogo, enfraquecida, ofegante, tremendo e me dizendo NÃO PARE. Foi de longe a intimidade mais louca de minha vida, me deixando assim a suplicar, desejar, imaginar e conjurar aquela pessoa mais uma vez em meu leito.
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