Quando ela se vai


Vem a noite e me ponho a contar os minutos

Para a sua chegada

Sempre fortuitamente, à boca da madrugada

Ela não se faz de rogada

Eu, sempre pronta a tudo, não lhe nego nada

 

Uma conversa franca, expomos quem somos

O dia difícil ou gostoso no trabalho

Carinhos e mimos dispostos como cartas de um baralho

Um jogo de conhecimentos, ardores e momentos

 

Mas não demora e nossos corpos exaustos

Se buscam num encaixe quase perfeito

E adormeço em seu peito

Tendo em seu corpo quente o melhor leito

 

Mas antes que se levante o astro-rei

Ela se arruma e vai embora, tal qual uma fora da lei

Volto para a cama na solidão que me chama

E no seu perfume meu corpo novamente se derrama

 

A saudade inebriante daquela risada solta

Dos arrepios que em ti provoco

Daquele calor que ao todo me toma

É só o que fica...quando ela se vai

Comentários

  1. Quem rouba os sorrisos mais altos e demorados merece ser a fora da lei.

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