Já era final de ano quando nos
reencontramos por acaso numa praia do nordeste. Fazia muito tempo que não nos
falávamos e a surpresa do destino foi mais que agradável. Para variar, ela
continuava linda: corpo escultural conquistado à base de muitas horas de
fitness, alimentação balanceada e abstinência total de muitos prazeres da vida.
Tamanho esforço e dedicação realmente pareciam valer a pena. O sorriso aberto
mostrava uma equilibrada composição digna de modelo de comercial de creme
dental. Ela estava mesmo muito mais bonita do que quando nos conhecemos na
faculdade anos atrás.
Os cabelos levemente ondulados
caídos pelos ombros emolduravam o rosto angelical. Sim, ela ainda cultivava um
certo ar de inocência próprio de uma juventude que insiste em não deixar a
maturidade adequada à idade se aproximar. Uma figura daquelas que a gente não
cansa de observar por horas a fio.
Conversamos por longas horas
durante aquela tarde. A minha viagem de férias solitárias se dava num resort
próximo àquela praia e por ali eu pretendia me recolher praticamente em retiro
interior, sem contato com outras figuras humanas até a virada do ano, quando
retornaria para a minha medíocre vida. Mas, o destino é realmente maroto e
sempre nos promove incríveis mudanças de planos.
Ainda faltavam dois dias para o
Natal e voltamos a nos encontrar para almoços e jantares nesse período. Ela me
apresentou ao marido, um homem bonito, alto, elegante, mas ao mesmo tempo rude,
frio e distante. Os dois filhos do casal também compunham o quadro perfeito da
família feliz em férias pelo país.
Ao ser apresentada ao marido,
não fui lá muito bem recebida, mas não dei muita importância. Afinal, sempre
lidei com cara feia de gente mau amada a vida toda – trabalho no serviço
público e o que mais enfrento no dia a dia é gente desse tipo. Ofertei a ele a
minha melhor cara de paisagem e passei o tempo todo dando a melhor atenção a
ela. A fiz sentir-se única e exclusivamente poderosa na mesa. Finalmente, ele
resolveu se recolher e levou os garotos consigo. Quase dei a ele uma garrafa do
melhor scotch do restaurante de
presente pelo favor da ausência.
Ao ter certeza de que ele havia
realmente tomado uma distância segura, ela começou a desabafar me pedindo mil
perdões pelo comportamento grosseiro do companheiro para toda a eternidade.
“Relaxa, mulher. Estou acostumada a lidar com esse tipo de gente todo dia. Lá
na repartição é o que mais aparece”, confortei-a. “Que tal darmos uma volta
pelo hotel para espairecer as ideias?”, sugeri educadamente.
Saímos descendo as trilhas que
levavam à praia. Durante todo o trajeto ela lamuriou o casamento desgastado
pelo tempo, mas que não conseguia se separar por causa das crianças e por ainda
ter a esperança de reaver o lorde inglês por quem havia se apaixonado anos
atrás.
Nos sentamos na areia fria de
frente ao mar. Na calmaria da noite
apenas o barulho das ondas e a luz da lua cheia enchiam a paisagem. Como forma
de acalmar-lhe a alma perturbada, ela foi se aproximando de mim, seu corpo belo
buscando sentir-se abrigado de alguma forma. A envolvi em meu abraço e
beijei-lhe o lado da testa. Fiquei surpresa com a reação dela ao perceber que
ela elevara o rosto e buscou a minha boca. Nos beijamos longamente naquele
pedaço solitário de paraíso. Um beijo com ardor de um sentimento que parecia há
muito tempo guardado.
De repente, num súbito rompante,
ela me pediu desculpas e saiu correndo de volta em direção ao hotel.
Rapidamente levante e corri atrás dela. “Ei....espera...vamos conversar”,
suplicava aos berros. Com muito esforço, consegui alcança-la. “Me perdoe. Não
posso fazer isso com ele”, chorava. Eu só consegui abraça-la firme e aconchegar
a cabeça dela em meu peito, até que se acalmasse.
Na manhã seguinte, nos
encontramos no salão do café da manhã e ela mal me olhava enquanto montava o
prato. O clima ficou meio tenso. Resolvi, então, sentar-me numa mesa distante,
mas de onde podia observá-la estrategicamente. Pensei: “essa criatura deve
estar enlouquecendo com esse casamento fracassado. Uma pena. Podia ser tão
feliz comigo”.
Desci para a piscina e enquanto
tomava meu banho de sol senti uma sombra escurecer os raios que me bronzeavam.
“Quero falar com você um minuto. Pode ser?”, pediu a voz suave. “Claro”,
respondi. “No seu quarto”, ordenou.
Quando entramos na minha suíte,
ela bateu a porta com muita força e já foi logo me jogando contra a parede e me
beijando intensamente. Me sugava num afã delicioso. Eu tentei tirá-la de mim,
queria conversar, entender o que se passava com aquela cabecinha e o que ela de
fato estava pretendendo. Com certa rigidez, segurei-a pelos braços e a afastei,
jogando-a na cama.
Numa fração de segundo, resolvi
não teorizar a respeito da situação. Iríamos conversar, mas não ali, não
naquele momento. Essa conversar ficaria para uma outra ocasião mais oportuna.
“Faz amor comigo como você nunca
fez antes. Faz eu me sentir fêmea de novo”, ela pediu. “Sim, senhora”, assenti
sorrindo. Acariciei seu rosto lindo, cálido. Percorri aquela perfeição com
muitos beijos, até chegar em sua boca.
Fui despindo-lhe a roupa de
banho enquanto aproveitava cada milímetro daquela beldade. Desatei o sutiã e
dois belos montes se apresentaram com bicos arrepiados, prontos para serem
acarinhados. Seios pequenos, rijos, cabiam perfeitamente na minha mão.
Abocanhei um e massageava o outro. Depois mudava a ordem. Enquanto eu me
deliciava, ela gemia tímida e gostosamente, emaranhando os dedos no meu cabelo
cacheado.
Desci passando a língua pela
barriga negativa, a pele morena do sol mostrava uma penugem dourada arrepiada
com o meu toque. O umbigo parecia entalhado com tamanha precisão que foi
impossível não parar para olhá-lo.
Finalmente cheguei ao seu
playground. Uma maravilhosa obra feita pela natureza. Coxas grossas, bem
torneadas, pele lisa, ornavam com a paisagem carnuda que se apresentava me
convidando a um passeio profundo. Beijava a virilha e mordiscava o interior das
coxas. Ela segurava o gemido. Quando não aguentamos mais, beijei aqueles lábios
e bailei a minha língua de tal forma que ela não conseguiu mais se conter e
soltou o grito há muito guardado. “Mete”, sussurrou. “E não pare o que está
fazendo. Quero gozar na tua boca”, ordenou. Obedeci sem questionar.
De repente, ela me puxou pelos
cabelos e me levou até sua boca novamente. E meus dedos não pararam um só
instante até que ela me arranhou as costas e mordeu minha orelha num gemido
sufocado. Ela me olhou fundo nos olhos e com o sorriso mais lindo que eu jamais
havia visto, disse em alto e bom som “Feliz Natal, meu amor!”. Depois de alguns
minutos ela se recompôs rapidamente e voltou para o quarto do marido.
Depois daquele dia, não imaginei
que fôssemos nos ver novamente. Mas, qual não foi a minha surpresa, quando ela
bateu à porta da minha suíte minutos antes da virada do ano. “Depois do Natal,
é hora de estourar a champa do Réveillon”. E, daquele jeito que é só nosso,
entramos o Ano Novo em grande estilo.
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