A dona do bar


A empresa me mandou para uma viagem rápida a São Paulo. Confesso que não conhecia aquela selva de pedra absolutamente encantadora e não me furtei a tantos encantos e impactos. Após dois dias de reuniões exaustivas com clientes, aproveitei o tempo de folga que me fora dado antes de retornar para a base e fui até um barzinho muito aconchegante que ficava próximo ao hotel onde me hospedava.

O lugar era bastante acolhedor, decorado com temas LGBT, o que me surpreendeu muito. Cores vivas ressaltadas mesmo à meia-luz. A iluminação era quase mínima, mas o suficiente para fazer notar-se cada item que compunha o ambiente. Mesas muito bem alocadas e cadeiras tão confortáveis que nos faziam perder a noção do tempo.

Apesar de todo o conforto e de um cardápio muito convidativo, preferi sentar-me no bar mesmo e apreciar apenas uma dry martini (meu drink preferido).

Tá. Não vou negar que o motivo de me prender no balcão não foi o drink. Foi ela. Uma morena como nunca tinha visto e meus olhos a fitavam fixamente como se tomados por um magnetismo muito incomum. Dona de olhos levemente puxados, longos cabelos negros e um sorriso...nossa nem consigo descrever aquele sorriso tão bonito. O tipo realmente chamava a atenção não apenas pela beleza muito exótica, mas pela simpatia que entregava sem limites. Cada cliente que chegava ia abraça-la e era recepcionado com a mesma entrega de carinho.

Fiquei intrigada com a figura e não percebi que ela também me notara. Afinal, sempre fui muito discreta e mesmo sendo tomada pelo magnetismo daquela mulher instigante, tentei me manter na moita, apenas observando-a.

Fui tomada, de repente, por um frio na espinha quando percebi que ela se aproximava do exato local onde eu estava sentada. “Você é nova por aqui, né?”, ouvi aquela voz levemente rouca praticamente sussurrar no meu ouvido. Confesso que tive que manobrar mirabolantemente a golada do drink para evitar um engasgo com o susto. “Sim. Estou apenas de passagem”, respondi após engolir fortemente o líquido, o que arrancou dela uma quase gargalhada. Rimos juntas e uma onda de calor percorreu meu corpo de imediato.

Conversamos um pouco e ela já foi logo direta. “Eu gostei de você e como sei que está só de passagem, queria te apresentar melhor a casa. Eu sou a dona do bar e ele não se resume a este espaço. Vem comigo”, fez um sinal para o barman e me puxou pela mão de súbito.

Atravessamos o salão e de repente uma porta que se confundia com a decoração se abriu dando em um corredor. Ao passarmos, o sensor fez com que a porta se fechasse imediatamente e ela me empurrou contra a parede num beijo muito louco.

Apesar de ela ser do tipo bem feminina e estar muito bem vestida e maquiada, de pronto percebi que era do tipo dominadora e territorialista. O que me arrancou um sorriso de soslaio, pois é um tipo que me agrada.

Andamos poucos metros, deixando as roupas pelo corredor até que ela me empurrou de vez e caí sobre uma cama enorme e muito macia, que eu nem tinha percebido que estava ali. Sem pensar duas vezes, ela se lançou sobre meu corpo e eu mal tive condições de reagir, nem de pensar em nada. Acabei me deixando levar pelo momento, que eu sabia que jamais se repetiria. Não curto sexo casual, mas me sentir a presa daquela leoa toda tatuada me deixava com um tesão inexplicável. E eu, de fato, não queria resistir a nada.

 Confesso que não sei dizer exatamente como tudo aconteceu, mas naquela noite eu tive o melhor orgasmo da minha vida. Não precisei dizer nada e ela parecia ter o mapa do meu corpo. Percorreu caminhos que eu nunca havia indicado a ninguém e a cada trilha por onde ela passava eu me derretia multiplamente. Jamais passou pela minha cabeça que uma completa estranha seria capaz de me causar tanto prazer e de tantas formas diferentes numa única noite.

Quando eu pensei que ficaria somente nos toques habituais, fui surpreendida mais uma vez. Ela se levantou como se nada tivesse acontecido e foi até uma cômoda, abriu uma gaveta que exalou um forte aroma de hortelã e sacou de lá uma pequena bag. Veio para a cama, abrindo a sacola e dizendo: “agora é a minha vez e você vai me divertir”. A minha única reação foi dizer um sonoro “sim, senhora”. De certo modo, fui inocente na resposta.

“Vire-se de bruços e coloque as mãos para trás”, ordenou. “Como?”, respondi quase querendo desistir, mas uma força maior me impedia a qualquer outro movimento que não fosse o de obedecer às ordens daquela deusa. Eu já estava rendida. Com uma dureza deliciosa ela me virou de bruços e algemou minhas mãos nas costas. “De joelhos. Agora!”, ordenou mais secamente. Com certa dificuldade, me pus na posição.

Como estava de costas, não via como ela se ornamentava. Só percebi quando senti a ponta grossa da prótese nas coxas. “Abaixa e empina bem gostoso pra mim”, ordenou empurrando meu corpo para frente e metendo gostoso aquela prótese. Não segurei os gemidos que se intensificavam com os movimentos dela.

De repente, ela me puxou para a posição inicial (de joelhos) e ficava ainda mais gostoso. Não vou mentir que gozar dessa forma foi ainda mais intenso, já que ela também chegou ao ápice junto comigo, o que me levou a uma suave perda dos sentidos. Quando voltei a mim, me deparei com o sorriso de satisfação mais lindo que eu já havia visto, enquanto ela acariciava meu colo suavemente.

Voltei pra casa ainda guardando todas aquelas sensações e pensando se um dia voltarei a vê-la...

 

Comentários

  1. Intrigante, porém muito monótono.😶

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  2. Uau... A leitura me prendeu tanto.. que estava torcendo para não acabar...!! És magnífica, 🌷!! Parabéns.. 👏🏻👏🏻✨

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  3. P.S. A cada linha lida... Consigo visualizar... Cada detalhe da narrativa, como se de fato eu estivesse presente, seja como espectadora.. ou ... Rsrs... Deixa em off!! 🤭🤭🙃🙃

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  4. E ontem eu a vi, como sempre tão séria e analisando ao completo cheguei a uma conclusão que o rosa nunca caiu tao bem em uma pessoa como nela. Reacendeu um brilho gigantesco naquela cara amarrada. Aquele cabelo curto deu a ela uma elegancia retrô que combina bem com a audácia imensa que ela transborda.

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  5. Que delícia de leitura, confesso que por muito pouco consegui estar imersa nela, quase que me deleitando junto à elas!

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  6. Ps: Se manter na moita não funcionou. Na próxima tente uma araucaria! Rsrsrs

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