Sem saída


No meio da tempestade, quando o meu peito apenas arde
um misto de sentimentos me invade.
Por sorte, nenhum deles me eleva o desejo de morte.
No entanto, passei horas chorando pelos cantos.

Dias se fizeram noite.
Senti a ponta fina do açoite me dilacerando
a carne, pode dentro e por fora.
Uma dor que se instalava sem demora.

Com a paciência de um monge,
essa dor me consome.
Gelo e frio me percorrem apontando
seu nome, enquanto some.

Tristeza e solidão se fazem em meu chão.
Piso sem firmeza, cambaleando num caminho sem direção.
Atordoada, me ponho em desalinho e já não sei mais como agir.

Te busco no vazio do meu interno.
Não consigo te encontrar nesse meu glacial inferno.
Creio que não há mais o que fazer,
sei que seu amor já não consigo mais ter.

Queria uma receita
que fosse de fato perfeita.
Ideal para te esquecer de vez
junto com todas as memórias do amor que a gente fez.

Estou num beco sem saída,
mas oro por uma luz no fim do túnel.
Recuperar meu equilíbrio é o que mais quero no momento.
Voltar a aquecer meu coração com seu alento.





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