Quero te ver


Preciso saber de você, mas não mandarei recado.
O mensageiro pode não ser dotado
E o teor chegar entrecortado.
Prefiro ser direta e dizer: quero te ver.

Na verdade, não é para matar a saudade.
Mas para recuperar em mim a sanidade
De uma alma que há muito grita e esperneia,
Muito embora, muito pouco nisso se creia.

Sim. Quero te ver.
Olhar nos seus olhos de arrependimento,
Ouvir de sua boca o clamor do perdão
E uma jura de amor além do tesão.

Bom seria se fossem palavras da verdade,
Cravadas no calor da saudade criada pelo afastamento temporário.
Não vindas com o peso da culpa e do remorso.
Esperar mais do que isso, infelizmente, não posso.

Ainda assim, quero te ver.
Parte de mim ainda se importa contigo
E quer dar a você meu colo como abrigo.
Às vezes digo a mim mesma: “será que consigo?”

Há meses venho me preparando a alma,
O espírito acalmando diálogos internos.
Tanto queria dizer, gritar, agredir, te ofender, sair de uma vez desse completo inferno.
Já não sei se vale a pena a terra tremer.

Tentarei não usar os falhos olhos humanos,
Superar a mim mesma, controlar os sentimentos insanos
Que, um dia, por ti acabei por nutrir.
Não há necessidade de mais ninguém se ferir...

Quero te ver e, naquele instante,
Ter a certeza de que o meu sentimento
Por ti não morreu e compreender que
Aquele foi apenas um breve adeus.

Quero te ver.
Dar de volta o chamego que sempre foi seu.
Sentir novamente o dengo que é apenas meu.
Tentar esquecer o tempo que se perdeu.

Quero te ver.
Te afagar em meu abraço e
Unidas de novo num forte laço,
Agradecer a Deus por todo esse embaraço.




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