Essa história
começa na região da Bretanha. Estamos no século XIII, num local pouco habitado
por alguns clãs celtas. É início do outono e os bosques ainda estão bem
esverdeados. Famílias inteiras vivem da agricultura, portanto, passam a maior
parte do dia em seus campos dividindo as tarefas.
Nas casas,
grupos se dividem em outras atividades como fabricação de armas brancas (facas,
facões, foices, espadas, machados, adagas, etc), pães, bolos e doces, curtição
de couro para vestimentas, temperos diversos, enquanto as crianças correm
brincando por todos os espaços.
Naquela tarde,
eu estava no bosque colhendo frutas vermelhas quando, ao passar para detrás de
uma moita de amoras, tive a visão mais bonita dos últimos tempos. Uma bela dama
trajando uma capa comprida com capuz vermelho de veludo. Pele morena, lindos
olhos castanhos esverdeados, a boca pequena e negros cabelos longos suavemente ondulados
nas pontas. Uma imagem encantadora. Não parecia alta, mas estava elegantemente
montada em seu cavalo cor de chocolate.
Senti o coração
pulsar na garganta e, no susto da visão, acabei perdendo a cesta com as frutas
ao tentar seguir o cavalo que apenas trotava suavemente pela estrada. Escondida
por entre as árvores, consegui ver quando ela apeou na beira do rio e lançou-se
nua a um refrescante banho nas águas geladas do rio. Parecia um tanto cansada,
talvez pela longa viagem que estivera fazendo.
Notei as
curvas do seu corpo quando deixou a roupa cair a seus pés na margem gramada.
Seios fartos equilibrados numa formação bem torneada, encorpada com um bumbum
grande e coxas perfeitamente grossas. A impressão que tive ao vê-la totalmente
despida era de que havia sido cuidadosamente esculpida por alguma divindade
dotada de excelentes dons artísticos e do mais absoluto bom gosto.
Lindo mesmo
foi vê-la emergir da água após o primeiro mergulho e secar o excesso da água do
rosto com as mãos. Ela era dona de uma sensualidade rara de se ver. Passei longos
minutos observando-a brincar com a água do seu banho, sem pressa. Parecia uma
criança conhecendo o delicioso sabor da liberdade.
A esta
altura, eu já estava bem próximo do rio, agachada por trás de um pequeno
arbusto. Por descuido, pisei em um galho seco e o barulho a assustou. “Quem
está aí?”, gritou ela com certo tom oscilante entre medo e coragem, já saindo
da água. “Calma. Sou apenas eu. Não tive intenção de assustá-la”, surgi por
detrás da moita já bem sem graça por ter sido descoberta em minha travessura.
Ao me ver,
ela emitiu o mais belo sorriso que já vi. Era tão lindo que iluminou não apenas
o seu rosto, mas fez até o dia ficar mais claro. “Você quase me matou de susto,
moça. Mas vou te perdoar se me fizer companhia pelo resto do dia. Estou
voltando de uma longa viagem e detesto chegar em casa para jantar sozinha”,
disse resoluta. “Está falando sério?”, retruquei. “Mas a gente mal se conhece”,
tentei continuar a argumentação.
“Ora, você
não parece do tipo que faz mal a uma mosca. Não creio que faria mal a mim. E,
também, sei como me defender de tipos ruins”, disse rindo malandramente
enquanto se vestia. Subiu habilmente no cavalo e me puxou para cima do animal,
a fim de que eu não perdesse a carona. Sentei-me por trás dela e,
discretamente, abracei sua cintura deixando meu corpo colado em suas costas
durante toda a viagem. Nesse momento, senti que ela percebeu minha ousadia e me
olhou de soslaio; notei um leve sorriso escapar de seus lábios. Pude sentir o
cheiro que exalava de seu pescoço sob os cabelos compridos, que me deixou
inebriada. Precisei conter a louca vontade de beijar aquela pele morena.
Chegamos em
sua cabana e logo ela tratou de acender a lareira e vestir roupas secas. Qualquer
coisa que ela usasse ficava bem naquele corpo esbelto. Era impressionante. O lusco-fusco
da casa a deixava ainda mais sensual. Ela logo começou a providenciar um caldo
quente de porco com legumes e um chá, pois a temperatura já dava sinais de
queda. O outono tem dessas firulas: apresenta um belo dia de sol quente, mas
logo a noite chega trazendo o ar mais frio.
Ofereci-me
para ajudar com os preparativos do nosso jantar, o que ela educadamente negou. “Não
recebo muitas visitas, então você é minha convidada e vai ser tratada como uma
princesa”, sorriu. Não me fiz de rogada e simplesmente puxei uma cadeira e
sentei-me numa posição em que pudesse observar seus movimentos. Ela era dona de
um magnetismo demasiado perturbador para uma mente despreparada.
Tentando superar
o estado quase hipnótico que ela me causava, virei o olhar para o lado e me
deparei com uns itens que me causaram certa estranheza. Diversos potes de vidro
com pedaços de frutas, ervas e o que pareciam pedaços de animais ornamentavam
uma estante grande ao lado de grossos e antigos livros. De repente, sinto uma
presença chegando por trás de mim e num sobressalto me viro. “Você é...uma...”,
começo a gaguejar sendo prontamente interrompida. “Druida. Sim. Sou uma druida”,
ela respondeu calando-me imediatamente com o beijo mais ardente que meus lábios
já sentiram.
No afã de não
perde-la dos sentidos, deixei-me conduzir até topar na parede mais próxima. A
habilidade dela em fazer várias coisas ao mesmo tempo me punha atônita. Um
conflito interno começou a perturbar meu pensamento: parte de mim queria ir
embora daquela cabana correndo sem olhar para trás – afinal, eu sabia que
estava sendo tocada por uma feiticeira, rainha dos mais sórdidos sortilégios -,
enquanto outra parte queria permanecer ali e aproveitar todo o prazer que aquela
beldade pudesse me proporcionar. E foi o que fiz.
Calei meu
conflito, quando senti aqueles dedos alongarem-se dentro da minha intimidade,
levantando meu vestido sem o menor pudor e sem pedir licença. Me sentia molhada
cada vez mais e já não conseguia conter os gemidos. Quando ela me fez gozar
forte, me traí e não consegui segurar o grito de prazer. “Isso. Grita. Deixa
vir esse gozo gostoso”, ela sussurrava em meu ouvido. Meu corpo todo tremia e
acabei indo ao chão.
Terminamos
aquele ato impetuosamente nefasto com ela me brindando com o sorriso mais
bonito que meus olhos já viram. “Sentirei saudades de você”, disse ela. “Mas só
nos veremos agora em outra vida”, continuou. “O que você quer dizer com isso?”,
indaguei ainda sentindo meu corpo voltar ao normal. “Quando chegar a hora você
vai entender”, foram as últimas palavras dela.
De fato, como
num passe de mágica, nunca mais a vi. Nem sei em qual mundo voltaremos a nos
encontrar. Mas aquela cena e as sensações que tive junto com aquela feiticeira
nunca saíram da minha mente.
Lindo eu adorei . mais queria a continuação kkkk
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