E a primeira vez dela foi comigo

 

           Sabe quando a vida atualiza o estoque de surpresas? Pois é. Acho que estou bem nessa fase. E confesso: não está de todo ruim (rsrsrs). As novidades, algumas vezes assustam, outras aguçam a curiosidade e, ainda podem surpreender mais e aguçar o medo de alimentar essa curiosidade. Essa história é dessas.

        Nos conhecemos num curso de final de semana. Ela é o tipo de mulher que não chama a atenção, ela é do tipo que retém a atenção de todos não só pelo porte físico, mas pela voz sensualmente avassaladora que tem. Dona de um tom firme e uma cadência que embala os ouvidos mais desatentos, quase nos levando ao êxtase com apenas o “bom dia”.

Tenho um fetiche muito forte em vozes bonitas e tive que me conter muito para não deixar que ela percebesse minha mandíbula quase descolando do crâneo, quando meu queixo despencou de tão admirada que fiquei com aquela voz. Foi complicado mesmo não acompanhar a articulação dela, quase desenhando com os olhos as palavras que fluíam daquela boca bem desenhada.

Não me recordo bem, mas devo ter cometido algum ato falho, que ela – muito sagaz – pescou no ar. Logo veio em minha direção. “Se importa de formar dupla comigo até amanhã?”, perguntou num misto de timidez atrevida. “Será um prazer”, sorri com um leve sarcasmo.

O fim de semana correu bem. Demos muitas risadas com as manobras durante as aulas. Obviamente que ao final do primeiro dia pedi o número dela e tratei de dar meu cartão. Claro que aproveitei para sentir mais intensamente aquele corpo, enquanto eu podia. O futuro era incerto demais e eu não conseguia imaginar o quanto ainda me admiraria com ele.

Manter contato com ela não foi complicado. Entramos numa sinergia incrível. Sabe aquela coisa que faz você sentir como se conhecesse aquela pessoa há séculos? Era desse jeito.

Aproveitei o embalo e a convidei para jantar na minha casa. Antes, obviamente, e como boa observadora que sou, havia pesquisado de leve seus gostos e preferências. Isso ajuda a não errar quando se pretende encantar no primeiro encontro. Afinal, eu estava crente que daria o bote. Doce ilusão.

Decorei a sala de jantar com velas aromáticas de fragrância suave e encomendei uma fantástica barca de sushi, com peças variadas. O objetivo era mesmo tornar aquele momento inesquecível. Eu só não imaginaria o quanto!

Eis que ela chegou pontualmente. Trajava um top preto que fazia conjunto com a calça, dessas que se monta no corpo, sabe? Tecido super molinho e bem agradável ao toque. De pronto, se lançou num abraço muito aconchegante. Foram longos segundos sentindo o pulsar de seu coração acelerado (sim....foi quando percebi que ela estava nervosa) e o perfume que já me deixava inebriada. Uma vontade louca de beijar logo aquela boca....nossa! Mas, costumo respeitar as pessoas e, como nunca havíamos conversado diretamente sobre nossa sexualidade, respirei fundo discretamente e ofereci um vinho da safra que ela gosta. Afinal, independente de qualquer coisa, me apraz tratar todo mundo bem.

Começamos a conversar muito confortavelmente. Relembramos o curso; falamos das colegas da turma e rimos demais. O papo com ela fluía como água de uma nascente. Política, futebol e religião, inclusive, não eram assuntos proibidos. Ela é dona de uma inteligência fantástica, que a torna ainda mais sedutora. As pautas simplesmente bailavam entre nós e o clima foi se afinando. Até que veio o maior deslumbramento dos últimos tempos.

Quando o assunto partiu para a nossa sexualidade e experiências, tudo me parecia tranquilo. Falei do meu passado com suavidade, embora tenha relatado algumas situações não tão boas de se lembrar, sempre respondendo a curiosidade dela e, quando foi a vez dela, veio a revelação. De olhos baixos, como que tomada de uma vergonha absurda, ela soltou. “Eu nunca fiquei com uma mulher”.

Arregalei os olhos na hora. “Como assim? Nunca ficou com uma mulher?”, exclamei traída por um susto tamanho. “Eu sempre tive curiosidade, mas morava em cidade pequena e nunca confiei nas pessoas que me proporcionaram alguma oportunidade. Não sei se você consegue me entender”, disse ainda tímida. “Claro que entendo. Desculpa a minha reação. É que você passa uma imagem tão diferente, que até pensei que você era casada”, admiti meio sem graça.

Mas a coisa não esfriou por aí. Ela se aproximou de mim e disse sem medo. “Quero que seja com você. Aqui.”, e se lançou em um beijo deliciosamente suave, ao qual fui compelida a retribuir.

“Tudo bem. Mas sua primeira vez não vai ser aqui na sala”, levantei e a puxei pela mão, seguindo para o meu quarto. Tudo estava organizadinho (sou dessas). Acendi o abajur para dar um ar mais sensual, deixando apenas uma meia-luz. Escolhi a dedo músicas que ela gosta e que podiam marcar de forma sem igual aquele momento.

Me sentei de frente pra ela e perguntei: “você tem certeza?”. Como resposta, ela buscou minha boca, fechando os olhos apenas quando nossos lábios se encontraram. Curti aqueles beijos de forma ímpar. Variava a intensidade, indo do suave ao mais intenso, puxando de leve o cabelo dela para trás e mordiscando os lábios. Ela gemia deliciosamente quando as mordidas suaves incitavam uma leve dor.

Fui beijando e lambendo o pescoço dela, sempre retornando à boca. Isso dá um certo ar de mistério sobre o próximo movimento e, como num jogo de xadrez, ela não pode dar o xeque-mate  tão rápido.

Tirei o top dela e minha blusa. Pensei em ficar só com o sutiã, mas ela foi bem rápida e me ajudou a tira-lo. “Quero sentir tudo o que tenho direito”, falou quase ordenando. Obedeci sem pestanejar.

Eu tocava os seios dela com delicadeza. Encostando meu peito no dela, fui deitando meu corpo sobre ela, fazendo-a se deitar na cama. Ajustei os travesseiros para que ela ficasse bem confortável e voltei para aqueles morrinhos lindos. Beijava e chupava com suavidade. Ela acompanhava meus movimentos acariciando meus cabelos. Quando resolvi mordiscar os bicos rijos, ela prendeu a respiração. Percebi que aquilo a estava estimulando muito e ela começou a gemer bem suave a cada mordida e quando eu passava minha língua na base de cada mama. Brinquei muito com aqueles seios maravilhosos, deixando ela cada vez mais excitada. pressa não tinha vez.

Desci pela barriga, lambendo o umbigo e foi a hora de tirar aquela calça. Bastou soltar o laço da fita que a amarrava e me deparei com aquela calcinha de renda lilás, que dava um contraste magnífico àquela pele morena de sol. Os pelinhos do caminho do sucesso, bem loirinhos, eram um convite irrecusável. Ela era muito sensual e eu estava ficando cada vez mais sedenta daquela mulher.

Beijei sua vulva sobre a calcinha e nessa hora, justamente quando eu ia partir para o próximo movimento, ela me puxou pra cima. Me beijou e perguntou: “você não está esquecendo de nada?”. Olhei pra ela franzindo a testa. “Eu quero sentir tudo”, e apontou para a minha bermuda. “Tira pra mim?”, pedi sorrindo, ao que ela atendeu prontamente.

Nos beijamos novamente. Eu me encaixava em suas pernas e esfregava de leve meu sexo no dela, ainda de calcinha. Recomecei o trajeto até aquela renda pequena e, com delicadeza, a tirei. Olhei fixamente para aquela tela que se desenhava diante dos meus olhos. Lisinha, recentemente depilada a cera, revelando uma pele macia e muito cheirosa. Desci na cama e me coloquei bem na posição para começar a dar prazer mais vigoroso pra ela. Comecei a passear minha língua pelas laterais, já prestando atenção nas reações daquele corpo.

Delicadamente abri aquela rosa e tive que me conter ao ver que ela estava deliciosamente babada num convite de quem quer ser tomada com intensidade. Lambi com leveza e fui aumentando a intensidade e a velocidade da minha língua. Prendia entre meus dentes aquele grelinho rijo e batia nele com a ponta da minha língua. Conforme a intensidade aumentava, ela acompanhava com os gemidos. Ela prendia minha cabeça entre suas pernas e, às vezes, parecia perder o fôlego.

De repente, veio o pulo do gato. Meti dois dedos naquela caverna encharcada e comecei a socar tão forte e rapidamente que ela foi tomada por um susto, levando-a a iniciar o orgasmo mais gostoso da sua vida. Continuava a socar cada vez mais rápido, enquanto subi meu corpo deitando sobre ela. Ela encravava as unhas nas minhas costas e gemia ainda mais alto e gostoso, quase se sufocando.

“Isso, amor. Deixa vir. Goza pra mim bem gostoso”, eu sussurrava no ouvi dela, enquanto ela me apertava com mais vigor. De repente, quando a rajada de gozo veio, ela soltou o grito mais gostoso que meus ouvidos já ouviram. Me puxou pra ela e me beijava a boca com uma paixão tão ardida, o corpo todo tremendo como se tivesse vida própria. Parecia que ela esperava por aquilo.

Inverti a posição e a coloquei deitada sobre meu corpo, acariciando suas costas, enquanto seu corpo acalmava a tremedeira própria da intensidade do orgasmo. “Nossa! Não pensei que fazer amor com uma mulher pudesse ser assim”, balbuciava, tentando recuperar o fôlego. “Assim como?”, perguntei. “Tão deliciosamente maravilhoso. Nunca senti nada que chegasse sequer perto do que estou sentindo agora. Obrigada”, revelou. "Foi um prazer", respondi com leve sarcasmo. 

Dei um beijo em sua testa e rimos juntas.

Não sei se ela vai voltar ou se isso vai render algum tipo de relacionamento. Só posso afirmar, sem falsa modéstia, que a novidade não foi boa só pra ela. Vou guardar num lugar bem especial esse momento único que vivemos.

 

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