Um ménage fantástico

            

         Tem momentos na vida em que a gente precisa, de certa forma, chutar o balde e se permitir experienciar algumas situações que fazem realmente a vida valer a pena. Assim foi aquele fim de semana.

Eu havia terminado um longo relacionamento há pouco tempo e ainda estava vivendo aquele que tinha tudo para ser o pior luto da minha existência. Em busca de um caminho que me aliviasse a dor que me corroía, entrei em um desses grupos lésbicos numa rede social. Pessoal bacana, logo me senti pertencente a uma família. Mulheres diversas, com vivências maravilhosas e muita sabedoria sendo compartilhada.

Meses após minha estreia no grupo, entraram duas meninas e já foram mostrando a que vieram. Elas eram amigas de longa data e rapidamente chamaram a atenção pelo bom humor e completo desprendimento em assuntos mais picantes.

Uma era loira, estatura mediana, olhos castanhos intensos e lábios bem desenhados ornamentados por vastas madeixas de cachos bem definidos. A outra, era morena de olhos esverdeados - o que lhe fornecia um ar de inquietante mistério -, cabelos levemente ondulados nas pontas, um pouco mais alta e introspecta que a amiga. Ambas têm o corpo digno das maiores passarelas internacionais, sem nada deixar a desejar a quem as admira.

Os dias foram seguindo com muitas brincadeiras e boas risadas. Fomos criando intimidade, até que alguém puxou o assunto “separação e luto pelo relacionamento”. Aquilo disparou um gatilho muito profundo e desabei ao contar minha última experiência traumática.

De imediato, recebi o convite tentador. “Gata, vem passar o fim de semana aqui com a gente. Conhecer lugar novo e gente diferente sempre ajuda nessas horas”, disse a morena. Aquilo me deu um certo impacto, pois realmente eu estava planejando fazer uma viagem em breve e me surpreendeu que a iniciativa tivesse partido dela. “Olha, é uma boa. Acho que vou sim. Vamos no pv para acertarmos os detalhes. Afinal, não conheço sua cidade e vou precisar de ajuda para encontrar uma pousada mais em conta”, soltei em áudio, o que foi suficiente para acender as membros mais adormecidas num festival de “quero saber detalhes depois”.

O Universo estava conspirando tanto ao meu favor que miraculosamente consegui um aéreo promocional para aquele fim de semana e uma pousada bem aconchegante.

Finalmente chegou o grande dia. Cerca de duas horas de voo e já estava aterrissando naquele pedacinho de paraíso. Aliás, o que não falta no nordeste são locais paradisíacos. Desembarquei já perto da hora do almoço e no saguão, à minha espera, estava a dupla dinâmica. Me recepcionaram com abraços bem fortes, como se aguardassem a chegada de alguém que há muito tempo não viam.

Elas me levaram para almoçar num restaurante simples na orla, mas muito limpo, organizado e cujo tempero foi eleito como o melhor da cidade pelas mais importantes revistas de culinária do país por cinco anos seguidos. Pedi um bobó de camarão e de sobremesa um bolo de rolo. Fui aos céus gastronômicos.

Ainda no restaurante, fiquei um tanto desconcertada ao perceber a forma lasciva como elas trocavam olhares entre si e comigo. Um fio gelado de medo percorria minha espinha, enquanto eu apenas conseguia desviar os olhos entre uma garfada e outra, tentando mudar de assunto. Sentia que um tesão insano e muito diferente iniciava uma série de loopings em meu interior.

As surpresas da viagem começaram mesmo na hora em que deixamos o restaurante e elas deveriam ter me levado para a pousada. Mudaram a rota e fomos para a casa de uma delas. Um apartamento pequeno, mas muito bem decorado, arejado e acolhedor.

Fui tomar um banho refrescante, pois o calor estava muito forte. Não imaginei que as duas beldades já tinham planejado tudo previamente. Saí do banheiro e me deitei na cama que me fora apresentada como meu ninho renovador, no quarto de hóspedes. Enquanto peguei no sono despretensiosamente, ouvi as duas se encaminhando ao chuveiro.

Quando dei por mim, achei que estava tendo o sonho mais louco da minha vida!

Estávamos deitadas na mesma cama: eu no meio, a loira no meu lado direito de frente pra mim, e a morena no meu lado esquerdo bem nas minhas costas. De repente, sentia uma boca buscando a minha suavemente, ao mesmo tempo em que uma mão desnudava meu pescoço liberando passagem para outra boca quente passear.

Fui abrindo os olhos devagar, ainda sonolenta, e, ao tentar balbuciar alguma coisa, a loira estirou o dedo indicador sobre meus lábios. “Não fala nada. Só se entrega e aproveita. Hoje você vai viver a melhor experiência de toda a sua vida”, sussurrou enquanto continuava seus movimentos.

Neste instante, a morena puxou minha cabeça em sua direção e também me beijou. Dessa vez, de forma mais intensa que a amiga, o que me obrigou a mudar de posição e virar o corpo todo para ela.

Devo admitir que aqueles beijos eram viciantes demais. Não tive vontade de parar em momento algum. Difícil era escolher a quem beijar mais!

Rapidamente elas trataram de tirar a minha roupa. Uma tirou a blusa e a outra puxou o shorte e a calcinha. Não demorou e logo cada uma se ocupou de um seio meu. Nunca tinha sentido prazer daquela forma. Meu corpo não sabia a quem mais deveria responder e minha única opção foi fechar os olhos e me deixar levar por aquelas bocas incríveis, que me mamavam em um ritmo diferente.

A loira, mais fogosa, logo começou a explora meu corpo descendo com lambidas pela minha barriga até encontrar meu sexo e se encaixar perfeitamente entre as minhas pernas. Sua amiga, por outro lado, se ocupava em continuar a chupar meus mamilos e fazer carícias em meus seios, alternando com beijos na minha boca, tendo deliciosas mordidas como brinde.

Cada mordida me fazia soltar gemidos tímidos, que logo foram superados quando aquela divindade começou a me chupar a intimidade com tal habilidade que não consegui segurar e comecei a gemer mais alto e a rebolar na cara dela.

A maldade maior veio quando a morena percebeu o que estava acontecendo e resolveu me sufocar sentando seu sexo encharcado na minha cara. Comecei a sentir aquela baba deliciosa e a maciez da sua intimidade e apertei sua bunda, fazendo ela rebolar e gemer também.

Quando a loira percebeu que eu já ia chegar ao ápice, não se fez de rogada e meteu rápido e gostoso dois dedos grossos em mim. Um movimento de vai e vem tão intenso que a única saída dela foi parar de socar e posicionar a boca a fim de sentir todo o meu gozo escorrendo. Um orgasmo múltiplo tão forte e profundo que me fez desacordar por alguns minutos.

Voltei a mim com as duas me acariciando suavemente o corpo, com um cuidado como raramente a gente encontra.

Adormeci com as duas deitadas sobre meu corpo amolecido pelo prazer.

E, assim, passamos o fim de semana. Transando das maneiras mais insanas que pudemos.

Por incrível que pareça, a amizade continua e se fortalece a cada dia.

Assim, digo: às vezes, é preciso nos permitir viver certas experiências que serão únicas na vida.

 

 

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