Viagem surpresa


A gente se conheceu pela internet e conversamos por meses a fio. Eram horas deliciosamente intermináveis de vídeo chamada, o que eu – particularmente – adorava, pois me permitia tirar prints de expressões únicas daquele lindo sorriso. Ela é singelamente linda: pele morena, traços finos, olhos miúdos e muito observadores. O sorriso tem variações incontáveis, desde aquele risinho amarelo quando fica sem graça até o sorriso safado, meio de canto de boca, quando quer ir mais além.

Mas, chega uma hora em que a vida exige que tomemos uma atitude, né? E, nessa dança, me joguei. Consegui resolver umas pendências aqui na cidade e liguei pra ela. “B, vou ficar uns dias meio incomunicável, pois terei que fazer uma viagem muito importante. Estou te avisando só pra você não ficar preocupada e nem pensar que eu simplesmente te abandonei, tá?”, disse em tom muito carinhoso, como de costume. “Tudo bem, B. Mas é algo grave?”, respondeu preocupada. “Não. Nada grave. Não se preocupe. Assim que eu aliviar, te ligo. Prometo.”, devolvi. “Poxa. Sabe quanto tempo isso demora? Vou tentar não me preocupar, mas não posso negar que essa notícia me deixou um pouco triste”, lançou em tom de tristeza. Conversamos mais um pouco naquele dia, até que consegui convencê-la e acalmá-la.

No dia seguinte, arrumei as malas e peguei a estrada. Da minha casa até a casa dela são cerca de 1200km. Como não tenho costume de pegar a estrada para tão longe, fiz um profundo estudo sobre as condições das estradas até lá e qual era o melhor caminho a seguir. Liguei para uma pousada que encontrei na internet e que me pareceu bem aconchegante. Preparei todo o terreno e, na manhã seguinte, parti bem cedo.

Ela disse que nunca tinha se envolvido com nenhuma mulher, embora fosse muito curiosa em saber como era a relação com uma, principalmente o sexo. Guardei essa informação para mim e comecei a trabalhar em cima disso. Não sou o tipo que gosta de sexo casual, nem transa pela transa. Gosto de construir elos com a pessoa e ter o que vem depois da cama.

Como o tráfego estava tranquilo, dois dias depois cheguei na pousada. Dei uma volta na cidade e, ao parar na orla, liguei pra ela. “B. Oi, meu amor. Tô morrendo de saudade”, disse com a voz bem melosa. “Oi, amor. Eu também estou morrendo de saudade”, senti a alegria retornando nela “Você está onde?”, perguntei. “Em casa. Por quê?”, devolveu logo desconfiada. “Nada não. Manda a localização e se arruma. Tô passando aí em meia hora”, reveli. “Não acredito. Você está aqui? Sério isso?”, não se contentava num misto de descrença e extrema euforia. “Ué. Eu não disse a você que faria uma viagem importante? Então. Se arruma que eu estou chegando”, e desliguei.

Fui me preparar para este momento único. Queria vê-la pessoalmente, envolve-la em meu abraço, sentir a delicadeza daquela pele e o perfume da mulher que há meses havia virado minha cabeça, dominando o meu coração e dando novo significado ao meu mundo.

Estrategicamente, vesti uma blusa branca e uma saia longa verde, com uma rasteirinha confortável para dirigir. Maquiagem básica, pois no litoral faz muito calor, mesmo à noite, e não queria chegar no nosso primeiro encontro com a cara rachada igual à noiva do Chuck (o boneco assassino do filme rsrsrsrs).

Parei o carro na porta e liguei para ela. Acho deselegante chegar buzinando ao encontrar alguém. “Cheguei, princesa. Estou num carro branco bem na sua porta”, avisei. “Tá. Estou saindo”, respondeu meio tensa.

Quando a vi abrir o portão, meu coração quase sai pela boca. Ela estava magicamente linda. Calça jeans meio rasgada, uma blusa perolada vermelha de alças finas, cabelo preso em coque elevado e maquiada suavemente. Ela entrou e logo me deu um abraço. Aproveitei e dei logo aquele beijo no canto do lábio.

Ela indicou o caminho e fomos a um bom restaurante de comida italiana, que era a preferida dela. Ao descer do carro, nos demos um abraço como tem que ser: bem encaixado, corações pulsando e sentindo um ao outro, apertado na medida exata para sanar a vontade que estávamos deste encontro. Jantamos e conversamos muito, embora ela sempre repetisse a frase: “Você é louca. Dirigir até aqui. Podia ter pego um avião....sei lá”, mas sempre com o sorriso largo estampado.

Na volta, parei o carro debaixo de uma árvore frondosa, que nos dava certa penumbra ao esconder o carro no breu. “Tenho uma surpresa pra você”, revelei em tom de suspense. “Outra?”, respondeu com espanto. “Sim. Me dá tua mão e fecha os olhos. Só abre quando eu falar, tá?”. Peguei a mão dela e pus entre as minhas pernas. Ela pôde sentir minha xaninha já molhada desejosa daquele toque.

O susto foi inevitável. “Como assim?”, soltou sem graça. “É assim que você me deixa. Você quer?”, perguntei já puxando-a para o nosso primeiro beijo. Enquanto vinha para mim, sussurrou: “é o que eu mais quero”. Seguimos para um motel, já que na casa dela era inviável e ela não quis ir para a pousada.

Chegando no motel, pedi a melhor suíte. Ao entrarmos, ela ficou encantada com a decoração e com a piscina interna. Puxei-a pela mão e, sem dizer nada, beijei-a delicadamente. Nossos lábios de pronto se envolveram no melhor beijo que já dei na vida. Ela dava suaves gemidos, quando mordiscava seus lábios. Assim, ela foi se deitando na cama. Entre olhares e sorrisos, fui descortinando aquele corpo que há tanto tempo eu sonhava ter em meus braços.

As carícias iam se intensificando e pude perceber quando ela estava pronta. Tímida, ficou sem jeito de pedir. Então, me posicionei entre suas pernas e fui descendo seu corpo. Chupava e mordia seus seios, enquanto a fazia sentir meu corpo roçando no dela.

Lambia e beijava a sua barriga suavemente peludinha. Comecei uma provocação deliciosa, na tentativa de fazê-la se soltar um pouco. Era a sua primeira vez e eu não podia fazer de qualquer jeito. Até que ela não aguentou e fez o tão esperado pedido. “Amor, me chupa. Estou com muito tesão”, e mordeu os lábios. E, assim, fiz. Desci até sua xana lisinha e como se estivesse beijando sua boca, me dediquei a manobras intensas e suaves, com mordidas leves em seu grelo, até que ela chegasse ao ápice chamando meu nome. Aproveitei cada segundo daquele momento incrível não apenas para ela. Afinal, também era a minha primeira vez. Com ela.

Fizemos amor a noite inteira. Sem restrições de ser ativa ou passiva. Nos amamos em todos os espaços que aquela suíte proporcionava. Até que, exaustas de tanto amar, adormecemos enlaçadas num abraço único.

Pela manhã, acordei com ela acariciando meu seio e me observando enquanto dormia. Nos amamos de novo e de novo. Até que me surpreendi com o comentário. “Então é assim?”. “O quê?”, franzi a testa sem entender a linha de raciocínio. “Que é fazer amor com uma mulher?”, completou em tom de curiosidade. “Não. Não é bem assim”, respondi em tom sério. “É assim fazer amor comigo”, terminei com nós duas dando uma deliciosa gargalhada.

Confesso que esses dias que passamos juntas foram dias incríveis. Estou certa de que estamos construindo uma linda história de amor. Mas, se vamos mesmo ficar juntas, só o Senhor Tempo pode dizer.

O que sei é que a saudade já me aperta e quero ter aquela pequena em meus braços novamente. Mas, da próxima vez, vai ser na minha casa.

Comentários

  1. Já quero a parte 2 desse romance.🍷😍

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  2. Sensacional emocionante ao e ao mesmo tempo gostoso. ❤️

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  3. Uau.. ����✨

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  4. Impossível não se sentir entrelaçada com a história. Misto de desejo e euforia ! Parabéns pelo conto.

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  5. Uau... Que maravilhoso ... Quando vem a sequência ?

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