onde só havia dor e sofrimento,
a agonia tornava tudo em desarmonia
até o céu o azul perdia.
A aflição era companheira certa.
De dia ou de noite, no frio e no calor,
o incômodo era sempre um torpor intenso.
“Meu Deus, será que isso tem jeito?”
O clamor era íntimo, pouco se fazia claro.
A vontade vinha de dentro, quase sem força
para suplantar esse momento.
Mas, num instante de alento, bateu-lhe um suave vento.
Uma leve brisa foi se aproximando.
Com cuidado, foi seu coração limpando.
Culpas, memórias, crenças, passado.
A cada dia um pedaço era modificado.
Mostrei-lhe um caminho.
“Siga”, disse com carinho.
“Esteja ao meu lado”, pediu-me de mansinho.
Negá-la não pude.
Jamais pareceria rude ou tomaria qualquer atitude
que te fizesse fugir destrambelhada.
Não quero a tua cara de assustada.
Prefiro vê-la deslumbrada.
Estendi-lhe minha mão e só te peço que não a solte.
No caminho ainda há solidão e pouca sorte.
Mas juntas, podemos vencer qualquer infortúnio.
Te peço apenas isto: não me solte.
Sigamos firmes por este novo mundo.
Vamos descortina-lo a fundo.
Sentir, colher, viver.
Deletemos a maldade e plantemos só felicidade.
Vamos deixar esse sentimento criar raízes.
Elas nos darão as diretrizes para que
possamos curar nossas cicatrizes
e esquecer totalmente que um dia fomos infelizes.
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