Descobrindo uma senzala no Mercado Modelo

        Apesar de estarmos no inverno, tem um lugar que vale muito a pena conhecer no nordeste do Brasil: Salvador, capital da Bahia. Mesmo num dia nublado, a cidade continua encantadora e os pontos turísticos atraentes. E foi bem nesse cenário que o mais inusitado encontro aconteceu.

Como gosto muito de passear pelo circuito histórico de Salvador, comecei o dia pelo Elevador Lacerda. Quem me conhece sabe da minha frustração em ir da Cidade Alta para a Cidade Baixa dentro daquela caixa absolutamente fechada. Inclusive, deixo aqui meu manifesto aos governos locais: reformem o Elevador Lacerda para torna-lo panorâmico! O Turismo realmente vai agradecer. Mas, vamos aos fatos que me trouxeram a estas linhas.

Assim que cheguei às imediações do local fui sendo abordada pelos ambulantes, que tentaram me roubar a atenção, mas eu já a tinha visto na mureta fazendo altas poses para uma sessão amadora de fotos e vídeos para suas redes sociais. De repente, me veio na cabeça a real sensação de que já conhecia aquela figura. E a confirmação veio quando ela se preparava para sair e conversou com a amiga que a fotografava. Aquela voz rouca com sotaque mais pra cima do nordeste era realmente inconfundível. (Sim. Eu tenho fetiche em vozes e tenho uma memória vocal que me assusta de vez em quando, como nessa cena).

E ela estava bem do jeito que eu havia visto em seus vídeos: lisos cabelos negros jogados de lado, aqueles olhos verdes de olhar penetrante como se despissem a quem cruzasse com aqueles holofotes de diamante. Apostou num look black básico, bem sapadrão – o que me enlouquece, de fato. Obviamente que não contive o sorriso e lancei-lhe muito discretamente o meu olhar sensual também. E deu match! Afinal, ela me deu o único sinal que eu precisava: aquele sorriso que nasce lentamente pelo canto da boca, cresce junto com o olhar e termina com a piscadinha que é bem característica dela.

Não pude deixar de acompanhar seus movimentos e de longe percebi quando elas se dirigiram ao Mercado Modelo, descendo pelo famigerado elevador. Obviamente, entrei na multidão que as acompanhava naquela descida e dei um jeito de atravessá-las e chegar primeiro. Só esperei a amiga se distrair com um vendedor local apresentando os souvenirs cheios de axé e subitamente a puxei subitamente pelo braço.

Mesmo no susto ela me seguiu. Descemos por um corredor secreto, que conheci quando fiz amizade com o gerente do local. “Pra onde você está me levando, sua louca?”, me perguntava aquela voz rouca quase sumindo de excitação (leia-se: misto de medo e tesão). “Então, estou te levando para uma aventura histórica. Relaxa, amorzinho”, dizia eu enquanto abria um dos cadeados antigos que levava ao corredor das senzalas.

Assim que entramos na senzala, que nos esperava com uma penumbra, não pensei duas vezes e a joguei contra a parede fria de pedras. “Faça tudo. Só não grite”, ordenei quase sussurrando e olhando fundo naqueles olhos verdes. “Pode deixar”, ela respondeu segurando a respiração. Mirei o rosto redondo dela de cima embaixo, fixando o olhar em seus lábios finos, mas bem desenhados. Foi o beijo mais ardente que dei em uma estranha. Línguas entrelaçadas, mordidas e lambidas em todo o rosto. Registrava em detalhes cada sabor daquela morena incrível. Até eu me surpreendi com tamanha ousadia e atitude (minha, claro...não sou tão cara de pau quanto possa parecer...mas sabia que era a minha única chance).

Não me aguentei de tanto desejo e fui logo arrancando a camisa e tive que parar para fotografar na minha mente a lingerie de renda preta mega decotada e em alto contraste com a pele alva e os seios fartos, que tive o prazer de saborear. Não perdi tempo e já baixei a calça rasgando a pequena tanga do conjunto, o que a pôs em desespero e a fez tentar me impedir. Mas fui mais ágil que ela e já de joelhos me pus a saborear todo o mel que de suas pernas torneadas escorria. Tamanha rigidez me deu logo vontade de mordiscar a sua rica intimidade e não me furtei. Isso a fez apoiar a perna em meu ombro e fixar minha cabeça entre suas pernas.

Quase chegando ao ápice, ela me puxa pelos cabelos e simplesmente se vira esfregando os seios na pedra gelada e empinando o rabetão sem o menor pudor. Ela, de costas pra mim, já era o maior presente que eu poderia ter recebido do Universo. Afastei-lhe as pernas para que eu pudesse senti-la mais intimamente enquanto mordia seu pescoço e a enforcava levemente, conduzindo sua respiração. Chegamos ao ápice de um jeito único.

Ao final, saindo da senzala fria, coloquei meu cartão discretamente no bolso traseiro de sua calça. Se ela vai me ligar eu não faço ideia. Mas que jamais vou esquecer aquele momento em que derreti os alpes suíços, com certeza.